quinta-feira, 3 de maio de 2007

Quinta-Feira, 3/6/07

Prossegue a grande confrontação dos 4 Taste com Rodrigo acerca de possíveis versões pirata (arr!) das suas gravações. Por entre os olhares de revolta e as acusações de parasitismo, não devem ter sido poucos os espectadores que correram para os seus computadores, num nobre movimento de desinstalação de Soulseeks e KaZaas. Até mesmo a banda sonora emplogou-se, dando mais palavras aos pobres vocalistas normalmente reduzidos ao cântico infindável de “we make noise”. Enquanto isto, na sala de professores, Ravina e Vitória encontram-se num bailado fatal, trocando acusações e insinuações. Ambos os conflitos acabam com promessas vagas de ir à polícia. Francamente, moranguitos:



Ao ar livre, Duarte parece ter decidido que o seu plano inicial de recorrer à prostituição para financiar a predilecção por ganza não irá resultar. Opta então por um caminho mais fácil – o roubo de telemóveis. Nos corredores do liceu, Gonçalo tenta-se engraçar com Sofia, mas é pwnado. Na associação de estudantes, Rui e Adriana discutem o relativo heroísmo do próprio, estabelecendo factores comuns e divergentes com outras personagens heróicas (Gandhi, Martin Luther King, Firestorm.) Adriana mostra-se céptica perante o valor do resgate de Alex feito por Rui: “não salvaste o papa!” Comentário pertinente, se considerarmos que Alex é um dos poucos seres humanos que ainda fazem cá menos falta do que o velho Ratzinger. No entanto, o diálogo é interrompido por uma chamada telefónica – os bombeiros, que informam Rui que este irá ser condecorado com uma medalha. Isto leva a uma sequência de sonho diurno em que (e pessoal, não estou a inventar nada disto!) Rui se imagina como super-herói, voando alegremente pelos céus. O debate sobre as inspirações para o fato do nosso herói nesta cena serão decerto motivo de debate aceso entre peritos nas próximas semanas – pessoalmente, acho bastante evidente que o desenho é baseado no fato clássico do Super-Homem, se bem que o esquema de cores tem mais de síntese entre o estilo Golden Age de alguns membros da JSA e a estética da Image Comics nos anos ’90. De qualquer forma, a fantasia é interrompida por Lourenço, que pergunta se pode utilizar a sala para ensaiar.

Sílvia convida a irmã para o convívio. Esta dá algumas desculpas esfarrapadas sobre unhas. Entristecida, Sílvia acaba por recorrer ao passatempo preferido dos jovens fixes de hoje em dia – faz uma pesquisa na Internet para um trabalho da escola. Noutro lugar, André pede desculpa a Leonor e explica que, entre ele e a Sofia, tudo está acabado. E depois há beijos - life is sweet on the rebound. Rui e Adriana vão ao Bar Azul, onde é discutido mais uma vez, e desta de forma mais acérrima, o heroísmo de Rui. Duarte intromete-se, fornecendo um picante “parece que a tua namorada te deu nota negativa!” Está aberta uma sessão de antagonismo vagamente homoerótico, com destaque para bom mots devastadores como “estúpido és tu!” e “grande coisa, uma medalha!” Aí pelo meio aparece a Natasha, preocupada por não encontrar a Becas em lado nenhum – mas ninguém faz muito caso, uma vez que ela está de hot-pants, o que é muito mais interessante.

Na Blackout, o auto-proclamado “realeast ninja alive” Rodrigo e o seu conselieri de colarinho branco ponderam a melhor maneira de resolver o dilema 4 Taste. Entre murmúrios e tons de Nino Rota, parece claro que alguém vai dormir com os peixinhos em Cascais esta noite. Nisto, entra Sofia, que anuncia histericamente que vendeu todo o merchandise que lhe foi atribuído. Mais tarde, é entregue na loja um objecto fálico – Rodrigo explica que é a montra especial de Filipa. Noutro lado, Leonor interrompe a marmelada com André – num breve respeito de auto-estima, questiona-se se André não está apenas a utilizá-la para se esquecer de Sofia. Felizmente, André (sempre atento aos perigos duma mulher que pensa) convence Leonor que não é nada disso e porra vamos lá voltar aos beijinhos.

Também os 4 Taste deliberam sobre a melhor forma de lidar com a situação da (arr!) pirataria. De início os ânimos estão bastante quentes, mas felizmente o consumo dum deliciosos Sumol consegue apaziguar os jovens rockeiros. Escusado será dizer que esta utilização soberba da bebida vale pelo menos três (3) pontos de product placement ao episódio. Jota acaba por se despedir, notando que tem que ir ensaiar uns passos de dança. A reacção? Chacota geral. Não há espaço para um sensível dançarino no duro universo Rock & Roll dos 4 Taste.

Becas encontra-se numa esplanada. Para passar o tempo, recorre ao uso de flashbacks, mas infelizmente só encontra uns deprimentes. Sam aproxima-se. Pergunta: serei eu um mau ser humano por achar infinitamente mais cómica a técnica “fast-forward” morangesca quando é aplicada a alguém numa cadeira de rodas? Enquanto isto, Sílvia entre na associação de estudantes e encontra a irmã gémea a ensaiar danças com Lourenço. Iludida, a pobre coitada vê traição onde apenas há rambóia, e nenhum dos dois outros intervenientes consegue explicar a situação. Sílvia foge e, depois de um pequeno freak-out digno dum jovem Pacino, Lourenço segue-a.

Filipa, convocada telefonicamente por Sofia, inspecciona com deleite o seu próprio cantinho da Blackout. Becas dá a Sam o toque mortal do “quero que sejamos amigos”. Sílvia explica a Jota que quer continuar a ensaiar para o concurso, e se ganharem vão eles os dois à Itália. Natasha refugia-se na casa de Duarte, que lhe oferece um ombro para chorar. E como todos os caminhos levam a Roma, acabam por fumar um.

No Bar Azul, Leonor e Rute discutem os charmes de André. Rute fala sobre a sua vontade de ser famosa, e faz alguns comentários classistas – é sempre nobre como os argumentistas dos Morangos colocam a nu os graves preconceitos que existem contra pessoas de locais mais pobres como Cascais. Enquanto isto, há mais umas birrinhas entre as gémeas, mas nada que avance muito a acção. Ah sim, uma diz que a outra gosta do Jota ou assim.

Duarte e Natasha, embalados pelo sabor da erva, preparam-se para trocar um beijo, quando entra a mãe pelo quarto dentro. Natasha foge, enquanto a mãe tenta lidar com o facto de, para além do consumo de marijuana, o filho também alinhar aparentemente em esquemas de mail order brides. Na casa dos Salgado, Sofia recebe um telefonema da LEI ordenando-lhe que se dirija imediatamente à Blackout. Escondendo-se, Sofia consegue ouvir que um carregamento irá ser levado ao “armazém 31, ao pé do rio”. Estão assim dispostas as peças para o que promete ser a versão portuguesa do ”The Departed”. Antecipemos o plano final, em que Rodrigo irá levar um tiro na cara de Ravina.

(Para quem quer saber mais sobre este episódio dos Morangos, ou sobre as regras de estacionamento em geral, aconselha-se o visionamento das palavras aqui disponíveis de Magneto.)

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