segunda-feira, 14 de maio de 2007

Segunda Feira - 14/5/07

Depois dum curto intervalo provocado por fissuras no multiverso, voltamos para dissertar, ângulo por ângulo, sobre o programa mais fiseterídeo da televisão portuguesa.

O episódio começa com Rute e Leonor a serem fotografadas pelo Cee-Lo Green dos Gnarls Barkley. Mick “Manel” Hucknall demonstra as suas habilidades de skater, mas foge quando aparecem Angelina e os amigos. O trio decide portanto ir para a casa de Angelina e “fumar umas ganzas”. Plus ça change.

Rui, depois de receber uma medalha dos bombeiros, aparece no Bar Azul. “Sabem o que isto merece?” pergunta Lourenço, entusiástico. Uma festa? Uma party? Uma rave? Não! “Uma comemoração!” explica uma das gémeas. Filipa prossegue no seu ego trip, e recusa fazer roupas para as amigas – claramente, deixou a fama subir à sua cabeça e já não se lembra das suas origens como modesta artesã de aldeia. Enquanto isto, Tânia e Gonçalo discutem o que fazer com os espólios do “con job” que conseguiram dar a Filipa. Na sala dos professores, entra-se mais uma vez no sempre popular jogo “chateiem o Paulo”. Este tem que explicar através da escrita que ficou sem voz por causa dum susto. Toda a gente concorda que deve ter sido “um valente susto”, e a professora de desporto representa em mímica o momento, para deleite geral dos docentes. É este o nível intelectual dos professores moranguitos.

Outra vez no Bar Azul, Adriana e Lucas discutem a possibilidade de abrir um “espaço cultural” – mau, parece que o estabelecimento vai perder todo o seu charme rasca e tornar-se em apenas mais um daqueles lugares pretensiosos à Rua Miguel Bombarda e tal. Rute, entusiasmada com o facto de lhe terem tirado fotografias, planeia comprar logo no dia seguinte as revistas do jet set para ver se apareceu em alguma. Esta ambição desmesurada é alvo de chacota geral – pois claro, os exemplos da Filipa e dos 4 Taste mostram que são precisos pelo menos cinco episódios para uma pessoa chegar à fama, isto não acontece dum dia para outro! Marina decide sair de casa, após ter finalmente notado que vive com dois sóciopatas. A atmosfera é melancólica – será que este duro golpe irá fazer com que Paulo e Zé Maria finalmente se entendam, lançando assim uma narrativa de redenção e uma metáfora para a própria existência humana? Seria seca.

Júlio volta à casa Salgado com a habitual dose de uppers na cabeça. Sentando-se na poltrona, descobre a scarlet letter - os seus filhos têm faltado às aulas! Na Blackout, Sofia consegue arrancar mais alguma informação de Rodrigo, que explica que o seu grupo de pirataria tem “armazéns distribuídos pelo país” (aposto que não têm nada nos Açores, é sempre a mesma discriminação, etc.) e que o chefe é “uma pessoa ocupada, anda sempre a viajar. Considera-lo uma sombra”. Temos portanto alguns suspeitos principais:




Ravina, permanentemente confuso acerca das funções do pessoal do colégio, tenta destacar Lima para tratar do lixo. Este vai fazer queixa à Vitória, o que por sua vez leva a mais um enfadonho tango de ameaças e suspeitas entre os dois. Na casa de Angelina, os três pequenos stoners estão tão emaranhados na sua moca que por pouco não notam a chegada de Margarida. Felizmente ainda conseguem esconder o material, pelo que esta não nota mais do que um “cheiro estranho”, que lhe faz lembrar os tempos em que não rapava os sovacos e ouvia todas as noites Leonard Cohen. Júlio confronta os filhos com o terrível facto de estes terem faltado um dia de aulas. Sofia e Rui não acham piada e vão-se andando. Isto permite a Júlio desempenhar um momento dramático – a sua entrada para os Óscares, ou ao menos aos Globos de Ouro – em que confessa que “sinto tanto amor…vivo preocupado com eles…tenho medo do futuro”. Avassalador. Realça que quer que eles tirem um curso, e que se ele o tivesse feito, não teria que se preocupar tanto com o bebé que está aí a chegar. MORANGOS FUN FACT OF THE DAY: tirar um curso é bué de útil.



Ao ar livre, Rui tenta resgatar um velhota dum carro que, segundo Rui mas não a realidade, “quase a ia atropelando”. Esta mostra o seu desagrado batendo-lhe com uma mala – um gag visual que já não via desde a última vez que li uma B.D. Disney.

Mas tudo acaba bem – influenciado por Graça, Júlio decide pedir desculpa aos filhos durante o jantar. Há um abraço de família - hugs, not thugs - e o bebé dá o seu primeiro pontapé. Inserir vómito aqui. Júlio também presenteia Rui com uma moldura da sua medalha.

No dia seguinte, Vitória chega ao colégio de muletas – supostamente caiu das escadas no seu prédio. Mas já cantavam Richard & Linda Thompson - did she jump or was she pushed? Becas diz a Sam que quer ser só amigos. Natasha diz a Diogo que quer ser só amigos. A masturbação frenética abunda por Cascais. É planeado um concerto dos 4 Taste no Bar Azul. Na associação de estudantes, Jota nota que Rodrigo recebeu um sinal furtivo dum estudante; seguindo-o, descobre que este está a vender um CD pirateado ao mesmo. Jota parte a capa do CD, afugentando o seu suposto fã e incitando Rodrigo a iniciar um debate sobre os méritos da pirataria que tem todo a sofisticação dos Metallica naquele chat quando era para acabar com o Napster, lembram-se? Bons tempos. De qualquer forma, Rui choraminga mais um bocadinho porque Adriana não considera uma cerimónia élfica uma forma legítima de casamento e acaba o episódio.

(Para quem quiser saber mais acerca deste episódio, ou sobre a pirataria em geral, aconselha-se o visionamento do filme disponível nesta página.)

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