terça-feira, 8 de maio de 2007

Terça Feira, 8/7/07

Ravina tenta distribuir as funções das empregadas de limpeza. Escandalizadas com a incompetência do processo de selecção, estas ameaçam recorrer aos sindicatos. Esta medida de marxismo descarado leva à retirada imediata do professor, que lambe as suas feridas no escritório de Vitória.

Rodrigo continua sem encontrar Gonçalo – cresce o desejo Charles Bronsonesco de vingança. Caminhando pela floresta, Rui e Adriana finalmente encontram uma estrada. Enquanto isto, no colégio abunda a especulação sobre a localização do jovem casal – “devem estar entretidos”, diz Natasha, numa declaração que, para os propósitos dos Morangos, é positivamente picante. Filipa, por sua vez, delira com o facto da sua roupa ter sido publicada numa revista – e já começam os comentários de que esta está a deixar que o sucesso suba à sua cabeça. Está portanto aberta a possibilidade para um futuro enredo à ”A Star Is Born”. E a tentação chega na forma de Tânia, que pretende explorar a fama de Filipa para os seus próprios propósitos.

André descobre os trajes de dançarino de Lourenço; nota que “essas roupas são um bocado…”, recorrendo a uma série de eufemismos para tentar distrair do facto que, entre quaisquer jovens normais em Portugal, essa frase acabaria com “gay”. Leonor explica a Rute que quer permanecer virgem até ao casamento. Rui e Adriana chegam à casa dos Salgado – Rui, por razões que escapam ao escrutínio de nós meros mortais, anuncia o seu casamento com Adriana. Esta não acha muita piada e vai-se lá embora. Na aula de Educação Visual, Rute e Leonor falam mas a minha atenção é desviada pelo grotesco professor, que tem qualquer coisa de caricatura de Robert Crumb. Também a próxima cena que envolve Leonor, desta vez a ser assegurada por André de que este não tem problema nenhum em esperar (até saber que com ela, valha-me deus, só depois do casamento!) é sabotada por um figurante – desta vez, um magnífico metrossexual com brinquinho. Para o almoço, Zé Maria e Marina servem exclusivamente tortilhas – o que leva a ressabiada da Adriana a queixar-se à directora. É mau, quando são eleitas delegado de turma pessoas com mania de que têm que defender direitos e tal. Também não acontece muito: lembro-me que, no 12º ano, fiquei numa turma em que quase ninguém se conhecia. Na aula para a eleição, houve um tipo que anunciou a alto tom e com sinceridade comovente “por favor não votem em mim!” Foi eleito por uma maioria esmagadora. Haha, bons tempos.

Depois das aulas, alguns dos moranguitos reúnem-se para assistir ao concurso de danças de salão. Como o programa claramente tem um contrato com alguma companhia, somos submetidos a algumas cenas de dança – resta a impressão geral de que os dançarinos não só se vestem mal como também são notoriamente feios. Lourenço prepara-se para o momento de ouro com bons materiais da L’Oreal (um ponto de product placement!) Enquanto isto, Sílvia e Jota apresentam uma dança que, mesmo se tivesse alguma elegância, nunca poderia sobreviver à estranha insistência da realização em captar todos os movimentos mais banais em “slow motion”. É assim, o trabalho de câmara caótico dos Morangos tanto tem momentos de inspiração como de fracasso. Zé Maria é convocado para a sala de professores, onde é castigado e humilhado pelas suas supostas falhas – mas este não revela a verdade, uma vez que, bem, fuck a snitch. Paulo tenta intervir a favor de Zé Maria, mas não consegue revelar a sua culpa no caso – o destino de fracassados heróis byronescos como ele. Mais tarde na cantina, Marina consola (ou seja, faz um broche a) Zé Maria pela sua discrição. Teresa passa por lá e fica toda deprimida, apesar da maioria dos espectadores a esta altura já terem esquecido que existia aquele sub-enredo.
Gonçalo aparece no Bar Azul de óculos e boina (um disfarce perfeito na sua simplicidade!) Tânia informa-o de que tem um esquema para buscar dinheiro da Filipa prometendo fazer-lhe um portfolio, ou algo, eu sei lá. De qualquer forma, Gonçalo já não está sob perigo, uma vez que o misterioso “chefe”, por entre miminhos dados ao seu gato e bombas lançadas contra países do terceiro mundo, informa Rodrigo que não foi ele o bufo. Rita e Lourenço dançam, com menos slow-motion e ligeiramente mais qualidade. Sílvia apercebe-se do seu erro, MAS SERÁ TARDE DEMAIS???

(Para quem quiser saber mais sobre este episódio dos Morangos, ou sobre o Wu Tang Clan em geral, aconselha-se a leitura desta entrevista com o RZA, publicada na revista satírica “The Onion”)

Um comentário:

newsweakporto disse...

espero por novidades quanto antes, estou impaciente para ler sobre o golo que o Duarte marcou na baliza da Natasha (quem disse que os emigrantes não são bem vindos?).